Carta de Despedida

Se tudo correr bem e eu tiver certezas sobre o que quero fazer este será o meu último dia entre os mortais.
Hoje é o décimo aniversário da morte de Hideto Matsumoto (hide), ex-guitarrista da banda X-Japan.
Não se sabe ao certo se se tratou de suicídio ou de um acidente...
Acredito que tenha sido suicídio, pois não creio que ele fosse inconsciente ao ponto de se submeter a algo perigoso estando bêbado(o que acontecia muitas vezes).
As pessoas em que confio, e a quem contei o que planeio fazer, tentaram impedir me.
Gostava de vos gradecer por tudo o que fizeram por mim, levarei sempre as pessoas especiais no coração, seja neste mundo ou no outro.
Quero fazer um agradecimento especial à Miumi e ao Germán (que provavelmente nem nunca se vai dar ao trabalho de vir aqui ler a minha despedida, porque já tem preocupções que cheguem).
Vocês são muito especiais para mim, e já me ajudaram a ultrapassar problemas aos quais ficaria presa se não estivessem do meu lado.
Escolhi este dia porque foi o dia em que morreu hide, uma pessoa maravilhosa. Decidi não adiar mais a minha decisão e terminar tudo no mesmo dia que ele.
Eu sei que isto soa a fanatismo, mas nao é.
Quem entrar no meu quarto e vir as paredes cobertas com as suas fotos pensará que me matei para poder estar com ele, o que é uma completa mentira.
Acho que nunca cometi nenhum erro tão grave que merecesse passar por tudo o que passo.
Perdi a pessoa que mais amava e que mais se preocupou comigo, esperei dois anos por alguém que traiu a minha confiança, a pessoa com quem gostava de estar vive do outro lado do oceano e muitas vezes faz me sentir mal por ser como sou, a minha amiga Tárcia vai demorar para voltar pra Portugal e de qualquer modo vai morar longe de mim, provavelmente nunca conhecerei o Germán pessoalmente...
Acho que é demasiada coisa par uma pessoa só e decerto que muitas pessoas concordariam comigo.
Miumi, por favor, não faças nada se eu partir.
Imploro te que continues com a tua vida, sabendo que eu sempre olharei por ti.
Carina, Pedro, Ricardo e Leonor, quando precisarem de esclarecimentos podem chamar me(vocês sabem como)e eu estarei sempre pronta a ajudá los.
Há imensas coisas que gostaria de fazer enquanto cá estivesse mas o tempo esgotou se.
Gostava de ter terminado o meu livro e partilhado com o mundo as minhas teorias, gostava de ter estado uma última vez com as pessoas mais importantes para mim...
O sangue já não atenua a dor, apenas a torna maior quando vejo os seus vestígios.
A minha carta já está ficar demasiado grande e é provavél que ninguém a leia, por isso despeço me.
Um último beijo*